A Prainha mais uma vez foi palco do Vamusiuní neste
domingo (22/04).
O evento merece o mérito de acontecer sem nenhuma equipe
de organização, consistindo de pessoas que se juntam ao combinar horário e
local previamente em redes sociais. O foco é a arte – seja ela plástica,
performática ou musical – e o espaço é democrático.
Entre as dezenas de grupos que se reúnem sentando ao chão
sob esteiras, apresentando suas obras, vendendo artesanato ou tocando violão
pode se encontrar de tudo e todos parecem ser bem vindos em qualquer que seja o
grupo, mesmo que não se conheça ninguém.
Na concha acústica da Prainha se apresentaram bandas muito
bem conceituadas da cidade que vão desde o groove de Malungo até a pegada da
banda Indrama.
Próximo ao Vapor Blumenau, em um varal, podiam ser vistos
dezenas de desenhos belíssimos feitos pelo artista plástico Rafael de Oliveira
Trindade, que além de estar expondo seu belo trabalho ainda presenteava os
admiradores com uma obra de sua escolha.
Outras das artes apresentadas foram malabarismo e
equilibrismo, mas o que notabilizou mesmo a tarde foi a apresentação de um
grupo que – em sátira às eleições deste ano – vieram apresentar um candidatos
fictício à prefeitura da cidade chamado Cândido do Lar, cuja sigla partidária é
a criativa PFB (Partido da Família Blumenauense).
Também foi reiterada na tarde deste domingo a marcha em
favor à legalização da maconha, prevista para ocorrer no dia 27 de Maio.
Além de muita gente simpática e bonita, também havia
vários cachorros correndo contentes e brincando com o público presente no
evento, mostrando que existem sim opções para quem quer ir se divertir sem ter
que deixar seus bichinhos sozinhos em casa.
Até mesmo fofíssimas bebezinhas lindas como Sarah e Alice
prestigiaram o movimento cultural.
Infelizmente, mais uma vez, não havia nenhum banheiro
público no local: o que podem nem ser um problema para os homens (apesar de
urinar no mato ser um problema ambiental), mas é uma complicação bastante
desagradável para as mulheres.
Claro que muitos vão defender a ausência dos mesmos,
alegando que estes existiam em dúzias no Stammtisch por tal confraternização
ser organizada pela prefeitura. Contudo, não se pode esquecer que quando não há
o Vamusiuní a Prainha é uma praça pública comum que recebe diversos visitantes,
em especial famílias com crianças. Será que realmente é desnecessário colocar
um banheiro lá ou isso é uma prova clara de descaso político?
Aliás... ao contrário da reunião de ‘amigos’ que ocorreu
no sábado, na festa cultural do domingo não foi visto nenhum político ou
candidato a cargo público. Certamente sabiam que naquele ambiente, os votos não
podem ser comprados. Já no ambiente do sábado...
Boa parte dos fumantes mostrou um bom grau de civilidade
ao fumar longe do público, no entanto este mesmo grau faltou na hora de
recolherem o próprio lixo. Dos males, o menor.
Mais uma edição do Vamusiuní mostrando que o povo pode
sim se organizar independentemente.
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