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terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

O quarto protesto aparentemente contra o aumento das tarifas de ônibus de Blumenau


Se duas Guerras Mundiais e incontáveis outros conflitos ensinaram alguma coisa para a Humanidade – e deveriam ter ensinado – é que se começa a perder a batalha no momento em que divergências internas dividem o seu próprio exército.

Mas a Humanidade, como infelizmente já era de se esperar, não aprendeu essa lição.

No calor do combate se criam janelas de oportunidade que indivíduos e instituições de intenções duvidosas se utilizam em benefício próprio. Outros, até bem intencionados, passam a agir com frenesi e falta de bom senso. Isso costuma ser o suficiente para aqueles que levavam a causa a sério, a abandonem. Aos poucos, a luta perde o foco.

O movimento teoricamente organizado pelos estudantes de Blumenau em combate ao aumento abusivo na tarifa de ônibus imposto pelo Cartel, digo, Consórcio SIGA, começou de forma legítima e bastante louvável: com uma ideologia pura e jovens bem-intencionados.

Mas estamos em ano eleitoral e os abutres partidários – aqueles que ficam voando sobre a carniça podre de administrações políticas ruins – acabaram enxergando nisso uma janela de oportunidade. “O prefeito transformou a cidade em um feudo e agora vamos usar isso contra ele e eleger os nossos”, foi o que provavelmente pensaram.

Já no segundo protesto a coisa começou a mudar. Lideranças estudantis de outras cidades vieram para, em tese, ajudar na organização, mas em poucas horas estavam assumindo a frente, tomando o megafone, gritando palavras de ordem e exigindo ser seguidos.

Entre eles, dois ou três pré-candidatos ao cargo de vereador nas eleições que ocorrerão este ano.

O terceiro protesto – partindo da prerrogativa de que pessoas com interesses mais pessoais do que ideológicos não foram barrados no segundo – foi uma festa de politicagem descarada. Estudantes erguiam de boa vontade placas com os dizeres ‘Povo Unido Luta Sem Partido’, enquanto um grupo bastante suspeito usando camisetas de um partido da oposição acompanhavam a passeata de longe, como faz o fazendeiro com seu rebanho.

Motoristas de ônibus, cobradores, guardas de trânsito e policiais estavam favoráveis à causa, bastante justa, mas a desordem e a presença de partidos políticos minou a credibilidade do movimento. A maioria dos militantes do terceiro protesto, não compareceu ao quarto.

Por fim chegamos ao quarto protesto, iniciado ontem (segunda-feira, 27 de Fevereiro) às 18h na frente da Praça da Prefeitura, onde outrora existiu uma frondosa figueira.

Mais uma vez houve pessoas ostentando camisetas com siglas partidárias. Isso causou a indignação de alguns membros, pois um movimento apolítico não pode correr o risco de vir a se tornar propaganda eleitoreira de alguém, seja quem for.

A ideia inicial fora ir à sede do SIGA e jogar ovos. A polícia sabia disso e, independente da posição pessoal dos seus oficiais, jamais poderia permitir tal ato. Depois se aventou a possibilidade de ficar em frente à prefeitura gritando ofensas ao prefeito, que nem estava lá. Aliás, dado o horário, não tinha mais quase ninguém no prédio.

O movimento estava minguante quando, de uma hora para a outra, surgiram dezenas de jovens ostentando faixas e megafones. Entre todos os presentes, ao menos três pessoas com interesses (não divulgados publicamente) de concorrer para vereador.

Houve discussão acalorada e, por fim, aqueles que realmente ainda estavam acreditando na idoneidade do movimento, foram embora. Os que ficaram também se dividiram, indo um grupo com menos de 40 pessoas ao terminal PROEB e ficando outro grupo com menos de uma dúzia de pessoas na praça, conversando sobre o que havia acontecido.

Três coisas, no meio de tudo isso, me preocuparam:

·         Durante a discussão, foram feitas acusações. Algumas graves, mas sem provas. Quando o grupo de 40 jovens saiu, houve um momento de parada no qual uma das pessoas acusadas aproveitou que a acusadora não estava mais lá e a acusou de trabalhar para o prefeito, algo que definitivamente não era real. Acusações não são ofensas: são afirmações que devem ser provadas por quem as faz.
·         Enquanto estavam reunidos, discutindo para onde iriam, foi feita a criativa proposta de acampar nos terminais. Empolgados, os jovens logo se aprumaram para ir. Contudo, isso denota planejamento logístico, não pode ser decidido no calor do momento. Além do que, exige conhecimento legal. Os terminais – hoje pertencentes ao Consórcio SIGA – são propriedade particular. Não se pode arbitrariamente invadi-la e acampar lá. Isso provocaria, no mínimo, confronto desnecessário com a polícia. Além de despertar a antipatia de pessoas que até então concordam com o movimento.
·         Mas o ultimo questionamento é o mais complicado de todos: sabemos que alguns membros do movimento foram até escolas para trazer estudantes ao protesto. A maioria desses estudantes, menor de 18 anos. A pergunta que fica é: havia a autorização dos pais para isso? Essa autorização, diga-se de passagem, é fundamental. E caso acontecesse algum problema com a polícia e um desses jovens se ferisse, quem seria responsabilizado? A polícia (que apenas cumpriu seu dever)? Ou quem de fato aliciou os menores sem as devidas autorizações dos responsáveis?

Por sorte, apesar de alguns momentos de tensão que ocorreram no Terminal PROEB – que ficou fechado por uma hora – entre a polícia e os manifestantes, ninguém se feriu. A força policial da cidade mais uma vez foi conscienciosa e agiu da forma mais diplomática possível.

Contudo, fica óbvio, parte do movimento se perdeu. Entre as bandeiras partidárias estampadas em camisetas de forma cinicamente inocentes e os articuladores com pretensões políticas, o fracasso no número de manifestantes já mostra o que parecia só um temor: muitas das pessoas que levavam o movimento a sério – gente que entrevistamos e viemos a admirar pela ideologia – simplesmente não se interessaram mais em ir.

“Não desejo ser vaquinha de presépio pra propaganda política”, foi a melhor definição dada por um jovem que deixou o local em relação ao sentimento de muitos.

O Ministério Público, o digníssimo promotor Gustavo Mereles Ruiz Diaz e outras forças ainda confiáveis de defesa a moralidade pública não são oniscientes e tampouco onipresentes. Se tivesse sido apresentado a estes documentos com estudos que comprovassem fraudes na licitação do transporte público e adulterações nos cálculos de planilha, eles poderiam fazer algo: algo mais do que gritar. Algo efetivo. Algo jurídico.

É de conhecimento público que alguns dos ‘novos ônibus’ da frota são ônibus velhos que foram comprados barato, recauchutados e repintados. Mas nenhuma entidade jurídica ou jurista sério poderá fazer algo sem que haja provas para tais acusações.

Enquanto isso a passagem aumentou na manhã desta terça (28/02), quem lucrou com isso está rindo e os que usaram o movimento para se promover estão satisfeitos.

Mas a maior pergunta – aquela que todo eleitor deveria se fazer ao ir votar esse ano é – quem você quer para representar você no plenário: alguém com propostas sérias ou pessoas que travam suas guerras escondidas atrás de jovens retirados irresponsavelmente de suas escolas?


































terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

A importância do decoro ao se discutir política



É de se esperar que as pessoas – vivendo em uma civilização – se portem de maneira, pelo menos, civilizada. Infelizmente, quando o assunto é política, o que vemos é o oposto.

Na noite dessa segunda-feira (20/02) um dos mais atuantes membros da Marcha contra a Corrupção de Blumenau postou um comentário em um dos muitos fóruns acerca do assunto que existem pela internet no qual aponta um Projeto de Lei de um vereador blumenauense como eleitoreiro e chama a atenção das pessoas para tomarem cuidado com isso.

Aqui, nesse espaço, não há razões para citar o nome do denunciante ou mesmo o do vereador. Pelo mesmo motivo não citarei o Projeto de Lei, afinal, com isso ficaria fácil identificá-lo e tirar conclusões precipitadas de ambos os lados.

Apenas saliento que o projeto tem, sim, fundamento e visa devolver a uma classe um direito que foi derrubado por uma Lei Federal. Por outro lado, também há o costume parlamentar de mostrar serviço em ano de eleição, principalmente quando se almejam cargos maiores. Não afirmo aqui que qualquer um dos dois envolvidos seja exemplo disso.

Esse texto tem outro foco: a civilidade.

Foram quase 140 comentários em resposta ao que o rapaz escreveu e poucos deles – quase nenhum – se ateve ao perigo do oportunismo eleitoreiro. A maioria era de defesa partidária ou de agressões pessoais contra membros do fórum.

E tudo começou quando um menor, M.T.D. (17 anos) – assumidamente subalterno do vereador em questão – entrou no debate acusando arbitrariamente o autor da postagem de escrever a denúncia por ter interesse em se candidatar a vereador. Se ele vai? Não sei. Mas o problema apenas começou aí e conforme a noite avançava foi piorando.

Com um discurso partidário decorado o rapaz começou a fazer propaganda política – aliás, fora de época eleitoral permitida, o que pode gerar problemas para o seu próprio candidato no TRE –  e ofendeu um dos melhores fotógrafos da cidade, um membro respeitado da sociedade blumenauense e uma das maiores ativistas contra a corrupção que temos.

Se o fez por militância fanática, por ser inadvertidamente massa de manobra política ou se está sendo pago para isso, não importa: fez errado. Não é com ataques pessoais que se defende uma ideia. Não é num espaço contra corrupção que se faz propaganda política.

Esses espaços podem – e devem – ser usados para enunciar ações parlamentares suspeitas. E os políticos, como foi citado nos próprios comentários da postagem, estão convidados para ingressar no grupo e se defender daquilo que são acusados. Na verdade o povo até espera que façam isso. Mas não da forma que foi feito: por terceiros e com ataques pessoais.

Eu, particularmente, já publiquei críticas duras tanto contra a bancada governista quanto contra a oposição. Mas é necessário sempre se ter embasamento para isso.

Cito o exemplo do Consórcio SIGA. É asqueroso o que fazem em nossa cidade e em cada deslize deles, espero estar lá para registrar. Não conheço a pessoa do Humberto Sackl – presidente da ‘empresa’, portanto não posso – e nem vou – fazer críticas em relação a pessoa dele, que talvez seja alguém excelente, inclusive. Mas posso – e vou – criticar as atitudes que sua autarquia tem e as posturas que ele demonstra em público, ignorando o povo que serve.

Isso é crítica: jamais pessoal, sempre baseada em um fato e apenas no fato.

Caso contrário, como já foi anteriormente citado, cai no Complexo do Revolucionário Cego: aquele que não tem argumentos, mas refuta violentamente qualquer ideia que divirja da sua sem sequer considerar sua plausibilidade.

Isso, ademais, é o argumento do vigarista: atacar a pessoa de quem partiu a ideia ao invés de questionar a ideia a confrontando com fatos divergentes.

Vamos discutir política? Vamos. Mas com menos politicagem e mais civilidade.

Farra do Boi: Vergonha para Santa Catarina



A Farra do Boi foi trazida a Santa Catarina pelos imigrantes açorianos há mais de dois séculos e sua origem – bem como simbologia – permanecem desconhecidas.

Alguns crêem que o boi represente alegoricamente Satanás ou Judas Iscariotes, sendo que torturá-lo livraria os praticantes de tal ato – geralmente moradores de comunidades pesqueiras – de todos os seus pecados. Contudo, o único pecado que se vê aqui é o praticado contra esses animais, que geralmente precisam ser sacrificados depois da ‘farra’.

Em 3 de Junho de 1997 o Supremo Tribunal Federal proibiu a prática dessa tradição desumana e ignorante em território catarinense através do Recurso Extraordinário Nº. 153.531-8/SC; RT 753/101 na Ação Civil Pública de número 023.89.030082-0.

Mas nem a criminalização desta prática a parece ter coibido.

Só em 2011 houve 235 registros desse crime, sendo: 64 em Governador Celso Ramos e 49 em Florianópolis. Doze pessoas foram presas no mesmo ano por essa prática, sendo: cinco em Navegantes, três em Bombinhas, duas em Itapema, uma em Florianópolis e uma em Porto Belo.

A Justiça – no artigo 32 do capítulo V da Lei Federal N°. 9.605 de Fevereiro de 1998 prevê detenção de três meses a um ano, além de multa, aos praticantes dessa ‘tradição’.

Mesmo assim a Farra do Boi continua a acontecer ao ponto que, em 2007 o município de Governador Celso Ramos teve a hedionda cara de pau de criar um Projeto de Lei regularizando a Farra do Boi e a tornando patrimônio cultural. O projeto ainda mudava o nome de ‘Farra’ para ‘Brincadeira’ e fingia se preocupar com a integridade física do animal. Mas não demorou muito para que o Supremo se manifestasse e cortasse essa palhaçada.

Contudo, a Farra não acabou. Nesse final de semana voltou a acontecer e justamente nessa cidade que, aparentemente, julga maus tratos aos animais como cultura.

A Polícia Militar interveio durante esse feriadão e foram necessárias três horas para conseguir conter o animal – nervoso e assustado – e da ajuda de um tipo de trator, pois o efetivo policial local não conta com caminhões boiadeiros.

Anteriormente – na mesma cidade intervindo na prática do mesmo crime – cerca de 20 policiais foram obrigados e entrar em confronto com os farristas que pareciam não estar dispostos a reconhecer a autoridade policial e sequer deixavam que os agentes se aproximassem do animal. Foram necessárias munições não-letais e armas químicas.

O animal teve que ser sacrificado, pois estava ferido demais.

E para os que acham que esse linchamento animal é organizado por pescadores que tentam manter uma antiga tradição que sequer sabem o que significa, vai uma informação:  um dos líderes da Farra – que atende sob a irônica alcunha de Reto – é acusado de envolvimento com o tráfico de drogas e pode estar usando a dita ‘farra’ em razão disto.

Enfim: o fato é que animais estão sendo torturados por pessoas que podem estar usando isso como facilitador para o tráfico de drogas e a prefeitura de uma cidade ainda deseja legalizar esse ato. Realmente, Governador Celso Ramos, a vergonha de Santa Catarina é você!

E aos cidadãos que não toleram esse tipo de ato e que não são condescendentes ao tráfico, fica o convite para que boicotem a cidade. Torturem bois pra si, não para os turistas!

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Mocidade Nega Tereza brilha no Carnaval de rua do Salto do Norte, em Blumenau



 Muito se fala em trazer turistas para Blumenau e, sem a menor sombra de dúvidas, a Secretaria Municipal de Turismo tem feito um trabalho excepcional neste sentido.

A Oktoberfest a cada ano inova e cresce mais, a Magia de Natal estreou já como um sucesso arrebatador com repercussão no Brasil inteiro, os números da Sommerfest foram tão altos em 2012 que surpreenderam positivamente até a administração da Vila Germânica.

Isso sem contar com as festas que estão por vir – como a Vorfest, o Festival Nacional da Cerveja, a Tortenfest, o Stammtisch ou o recém lançado Emprefest – e as feiras que aquecem a economia de nossa região, como a Texfair, Pack Print & Sign, Fematex, Febratex e FenaHabit. Isso tudo, claro, atrai turistas e investidores.

Mas a pergunta que fica entalada na garganta é: com tantas datas turísticas pelo ano, por que nossa cidade negligencia a atenção devida ao carnaval?

Muitos dizem que é porque nosso foco está nas raízes germânicas, o que não se confirma se considerarmos o investimento em festas como a Festitália – obviamente destinada à cultura italiana. Outros afirmam que a Oktoberfest é o nosso carnaval, para a fúria dos tradicionalistas que jamais vão querer transformar nossa celebração cultural em uma micareta.

O fato é que a Oktober é a segunda maior festa popular do Brasil. O Carnaval é a primeira.

Se a ideia é trazer turistas – e os manter aqui durante o ano inteiro – por que deixar uma data tão emblemática para o Brasil passar em branco? Por que não utilizar essa marca que é internacionalmente reconhecida para atrair novos visitantes à nossa linda cidade?

Muitos blumenauenses apreciam o Carnaval e a esses resta ir para o litoral onde as prefeituras investem em festas grandiosas e têm um retorno milionário com isso.

Quando o ano começou eu, particularmente, sequer sabia que existiam Escolas de Samba aqui. Sabia que havia bailes em salões e que teria pela primeira vez um trio elétrico apenas porque empresários tomaram a iniciativa para fazer aquilo que o Poder Público não estava fazendo.

Para o meu espanto, existe sim uma Escola de Samba: a Mocidade Nega Tereza.

Formada por moradores do Salto do Norte que se unem para fazer o desfile carnavalesco com carro alegórico, bateria, porta-bandeira e mestre-sala já há seis anos, a Mocidade não conta com apoio algum além do patrocínio de comerciantes locais e a dedicação de moradores voluntários que passam o ano inteiro preparando a festa.

Organizado pelo sambista Amaro da França, por Diana Salim Sena e por uma gama de outros voluntários, o desfile reúne centenas de moradores que acompanham a bateria por quilômetros noite adentro e ao som de um samba-enredo próprio.

A Equipe do BLUMENEWS teve a honra de acompanhar o desfile desse ano e presenciar um carnaval familiar e decente – diferente daquilo que a televisão mostra em outros lugares – com a comunidade em peso sambando, cantando e fazendo o Carnaval de Blumenau acontecer mesmo quando o Poder Público parece torcer o nariz para a data.

Esse ano, o samba-enredo da Mocidade Nega Tereza – de autoria de Dime da Mocidade – fala sobre esse preconceito que a festa sofre, em belas frases como “Cada data é uma festa”.

Se lá no Salto do Norte – bem longe do Centro e da divulgação maciça da mídia – o desfile pôde reunir cerca de 300 pessoas, imagine então quanta gente não teria reunido se tivesse acontecido em frente à Vila Germânica e com apoio financeiro adequado?

Lembro que uma das prioridades da Secretaria de Turismo de Blumenau é manter o turista aqui o máximo de tempo possível: algo, de fato, muito inteligente. Essa é a razão de tantas festas próximas umas das outras. E não seria ideal aproveitar o fato de o final da Sommerfest praticamente emendar com o Carnaval? Mais uma razão para o turista ficar.

Mas da forma que temos feito, tudo que conseguimos é transformar nossos próprios conterrâneos blumenauenses em turistas de cidades que investem em ótimas festas de carnaval, como é o exemplo de Navegantes.

Esse ano parece que começamos: tivemos um trio elétrico. Mas o Carnaval é muito mais do que simplesmente imitar o conceito explorado incansavelmente pela Bahia.

Será que não existem outras Escolas de Samba na cidade? Com a chegada de tantas pessoas de estados diferentes à Blumenau, com certeza – se ainda não existem – logo existirão. Por que não investir em um desfile bonito por alguma avenida? Claro que todas as cidades fazem isso,  portanto não seria exatamente um diferencial positivo. No entanto, se todas as cidades fazem é um diferencial negativo não fazê-lo também. Sem o bom, como garantir o ótimo?

O fato é que a Mocidade Nega Tereza está de parabéns por uma festa tão bonita, civilizada, decente e digna como a que organizaram. Assim como a comunidade do Salto do Norte merece todo o respeito por conseguir, sem apoio nenhum, tal façanha.

Eu pessoalmente não aprecio Carnaval ou Futebol e, portanto, sempre que me perguntava qual era o meu time e qual minha Escola de Samba, eu nunca sabia o que dizer. Hoje posso afirmar categoricamente que meu time é a Clube Atlético Metropolitano – o Verdão de Blumenau – e que minha Escola de Samba é a Mocidade Nega Tereza.

E não importa o que te digam: em Fevereiro tem Carnaval, sim. E mesmo que você não tenha um fusca, um violão e nem seja Flamengo, existe uma Nega chamada Tereza lá no Salto do Norte esperando para sambar com você pela avenida.

Abaixo uma galeria com 155 fotos da festa, um vídeos e a letra do samba-enredo:




























































































































































 Enredo Nega Tereza 2012: Na Magia Uniu as Raças

É Carnaval, de raiva
Vão baba
Vão se morder
Porque Nega Tereza
Na Mocidade
Vai Fazer o Chão Tremer

Ó Nega...

Nega Tereza
Veio de Longe
No balaio de nana

Entre linhas e farrapos
Virou uma boneca
Que deu vida ao Carnaval de Blumenau
És a cabrocha, és rainha
Feita de pano
Recheio de algodão
Olho de vidro
Sapatinho de cristal
Nasceu no Salto do Norte
Pra brilhar no Carnaval

Salve, salve
Salve, salve
Nega Terê
Na Mocidade
A magia é você

Salve, salve
Salve, salve
Nega Terê
Na Mocidade
A magia é você

Ai Blumenau
Abre os braços para a alegria
Cada data é uma festa
Deixa a Mocidade passar
Sambadiando na avenida
Eu tô que tô feliz
Ao ver meu sonho virar realidade e encantar
Este meu povo sem preconceito
Que desce o morro
Sobe ladeira
E vem comigo
Carregar essa bandeira
Não é feitiço
É só magia
Venha brincar nessa folia
É Nega Tereza
Na Mocidade unindo as raças
Para brincar nessa alegria.