Na tarde desta sexta-feira (13/04) aconteceu uma batida
entre uma motocicleta e um automóvel na Avenida República Argentina, na Ponta
Aguda, bem em frente ao ponto no qual param os ônibus que vão de Blumenau ao
litoral.
Uma fila bastante intensa de carros estava formada no
local por conta da precária engenharia de tráfego que foi feita na região – que
afunila vários caminhos em uma única e relativamente estreita rua – quando um
veículo saiu da pista da esquerda para entrar na garagem de um prédio
praticamente ignorando a pista da direita. Nesta vinha uma motocicleta cujo
condutor tentou acelerar para passar o veículo, mas acabou colidindo de frente
com a porta traseira do carro.
Seria apenas mais um acidente de trânsito sem gravidade e
não digno de menção se não fosse por um porém: o condutor da motocicleta levava
consigo um botijão de gás.
O botijão caiu da moto com a batida e ficou ali no chão –
jogado e ignorado – por um bom tempo.
E esse foi justamente o primeiro grande risco: o gás
dentro do invólucro de metal é altamente volátil e entra em combustão
rapidamente quando em contato com oxigênio. Apesar de as empresas tomarem todas
as precauções para não haver vazamentos, um impacto pode certamente criar uma
falha estrutural no corpo do botijão.
Nesse caso o invólucro de metal não é capaz de conter a
expansão volumétrica que ocorre dentro do objeto quando o gás entra em contato
com a pressão atmosférica. Sendo assim, o risco de uma explosão não apenas é
real como bastante grande.
O segundo grande risco é a própria queda: um botijão de
gás de cozinha vazio pesa cerca de 15 quilos (quando cheio, ele fica na média dos 28
quilos, quase o dobro) e ao cair da moto ele podia ter sido projetado contra
pedestres ou até contra veículos, culminando em mais acidentes (que, neste
caso, poderiam ser bem mais graves do que o inicial).
A responsabilidade nesse tipo de situação não é dos
condutores de motocicleta que fazem do transporte o seu meio de vida, mas sim
das empresas que ignoram completamente o risco e colocam botijões de gás pesados
sob os cuidados de motoqueiros que correm e costuram no trânsito.
Existe uma razão para que grandes empresas de gás usem
caminhões: cautela.
Enquanto esse tipo de negligência à segurança (tanto dos
motoristas, quanto dos pedestres e até mesmo dos próprios funcionários)
continuarem norteando empresas que não se importam com o bem estar da comunidade
desde que isso lhe garanta um lucro a mais, a falta de ruas e a mobilidade
urbana em horários de pico não serão os únicos problemas do trânsito em Blumenau.
Os guardas não podem fazer nada a respeito, por não haver
nenhuma lei que proíba esse tipo de transporte arriscado para todos os
envolvidos, mesmo que indiretamente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário