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domingo, 29 de abril de 2012

II Manifestação Nacional contra a Vivissecção



Neste sábado (28/04) aconteceu a II Manifestação Nacional Contra a Vivissecção.

De forma literal, vivissecção é o ato de dissecar animais vivos com o intuito de estudar sua anatomia, morfologia e adaptação a alterações químicas.

O movimento deste sábado é um ato de exigência popular de maior respeito por parte das autoridades brasileiras da garantia dos Direitos dos Animais, proclamados em Bruxelas durante uma assembléia da UNESCO que data de 27 de Janeiro de 1978.

Muitos ramos da indústria usam animais vivos em experimentos cruéis para, de acordo com seus porta-vozes, garantir que nenhum efeito colateral aconteça no seres humanos. Os argumentos dos defensores da vivissecção são de que grandes avanços da Medicina – como a vacina para difteria, a insulina, o primeiro anestésico não-volátil e os fármacos de combate aos retrovírus (como o HIV) só foram possíveis graças aos experimentos com animais.

Contudo, os combatentes dessa prática hedionda se baseiam na ética, ao invés de argumentos científicos.

Afinal, o que coloca o bem-estar humano acima da qualidade de vida dos outros animais?

O sofrimento que essas pobres cobaias não-voluntárias sofrem nas mãos de indústrias farmacêuticas, corporações de cosméticos, produtores de materiais de limpeza, faculdades de Medicina, experimentos de psicologia, fabricantes de armas, bebidas e cigarros é inenarrável.

Os representantes dos setores – que somam alguns dos lobbies mais poderosos do planeta – alegam que usar métodos alternativos como simulações matemáticas computadorizadas seria impreciso, trabalhar com a cultura de tecidos derivados de células-tronco seria antiético e usar materiais sintéticos encareceria demais o produto final.

Em relação a encarecer o produto, o advogado Bruno Horwatitsch Cunha – um dos mais ativos defensores da causa ambiental no Vale do Itajaí – diz que as pessoas deverão tomar uma postura sobre o que é realmente importante: o lucro ou a ética.

Em alguns lugares onde a vivissecção foi proibida, os laboratórios recebem subsídios públicos para que o gasto a mais não tenha que ser repassado para o consumidor.

Sobre a imprecisão de usar cálculos para testar a eficiência dos produtos nos seres humanos (bem como seus efeitos colaterais), há uma grande corrente de médicos, pesquisadores, biólogos e geneticistas que discordam de que uma tinta quando passada na pele de um suíno, por exemplo, tenha exatamente a mesma reação que teria em um ser humano.

Inclusive, muitas vezes produtos letais são comprovadamente lançados no mercado e acabam ferindo gravemente pessoas justamente pela imprecisão dos testes em animais.

No entanto, em relação ao uso de células tronco ser antiético, cria-se um argumento hipócrita, considerando que a vivissecção também é antiética. Os principais críticos da nova promessa de panacéia são os membros da Igreja Católica. Será que vale lembrar que por séculos esta mesma Igreja foi radicalmente contra o desenvolvimento da Medicina?

Laboratórios estadunidenses e o governo guatemalteco se uniram entre 1946 e 1948 e infectaram cerca de 1300 não-voluntários com sífilis para testar a eficácia da penicilina. As cobaias sequer sabiam o que estava acontecendo e muitas morreram como se suas vidas nada valessem.

Essa notícia não seria tão chocante se as vítimas, ao invés de animais, não tivessem sido pessoas.

Sim. O governo da Guatemala nos anos 40 infectou involuntariamente mais de mil cidadãos pobres com doenças sexualmente transmissíveis sem qualquer satisfação simplesmente para se assegurar da eficácia de um remédio. Isso se chama Vivissecção Humana.

Então, fica a pergunta: nós somos mais importantes do que os animais só porque fazemos parte da espécie dominante do planeta?

Se a sua resposta for ‘sim’, é uma pena: isso o torna exatamente igual aos cristãos que chacinavam povos com outras fés, exploradores europeus que dizimaram os índios nas Américas, mercadores de escravos que extirpavam a liberdade de outro ser humano só por uma diferença na cor da pele e fanáticos nazistas que vomitavam suas ideologias de pureza étnica.

O mundo já foi um lugar pior. No passado, sequer respeitávamos nossa própria raça: a raça humana. Mas hoje as coisas estão mudando e, em grande parte, é por pessoas como algumas das que estão nas fotos da galeria logo abaixo.

É com muito prazer que o BLUMENEWS os felicita por tudo.









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