Neste sábado (28/04) aconteceu a II Manifestação Nacional
Contra a Vivissecção.
De forma literal, vivissecção é o ato de dissecar animais
vivos com o intuito de estudar sua anatomia, morfologia e adaptação a alterações
químicas.
O movimento deste sábado é um ato de exigência popular de
maior respeito por parte das autoridades brasileiras da garantia dos Direitos
dos Animais, proclamados em Bruxelas durante uma assembléia da UNESCO que data
de 27 de Janeiro de 1978.
Muitos ramos da indústria usam animais vivos em
experimentos cruéis para, de acordo com seus porta-vozes, garantir que nenhum
efeito colateral aconteça no seres humanos. Os argumentos dos defensores da
vivissecção são de que grandes avanços da Medicina – como a vacina para
difteria, a insulina, o primeiro anestésico não-volátil e os fármacos de
combate aos retrovírus (como o HIV) só foram possíveis graças aos experimentos
com animais.
Contudo, os combatentes dessa prática hedionda se baseiam
na ética, ao invés de argumentos científicos.
Afinal, o que coloca o bem-estar humano acima da
qualidade de vida dos outros animais?
O sofrimento que essas pobres cobaias não-voluntárias
sofrem nas mãos de indústrias farmacêuticas, corporações de cosméticos, produtores
de materiais de limpeza, faculdades de Medicina, experimentos de psicologia,
fabricantes de armas, bebidas e cigarros é inenarrável.
Os representantes dos setores – que somam alguns dos
lobbies mais poderosos do planeta – alegam que usar métodos alternativos como
simulações matemáticas computadorizadas seria impreciso, trabalhar com a
cultura de tecidos derivados de células-tronco seria antiético e usar materiais
sintéticos encareceria demais o produto final.
Em relação a encarecer o produto, o advogado Bruno Horwatitsch
Cunha – um dos mais ativos defensores da causa ambiental no Vale do Itajaí – diz
que as pessoas deverão tomar uma postura sobre o que é realmente importante: o
lucro ou a ética.
Em alguns lugares onde a vivissecção foi proibida, os
laboratórios recebem subsídios públicos para que o gasto a mais não tenha que
ser repassado para o consumidor.
Sobre a imprecisão de usar cálculos para testar a
eficiência dos produtos nos seres humanos (bem como seus efeitos colaterais),
há uma grande corrente de médicos, pesquisadores, biólogos e geneticistas que
discordam de que uma tinta quando passada na pele de um suíno, por exemplo,
tenha exatamente a mesma reação que teria em um ser humano.
Inclusive, muitas vezes produtos letais são
comprovadamente lançados no mercado e acabam ferindo gravemente pessoas
justamente pela imprecisão dos testes em animais.
No entanto, em relação ao uso de células tronco ser
antiético, cria-se um argumento hipócrita, considerando que a vivissecção
também é antiética. Os principais críticos da nova promessa de panacéia são os
membros da Igreja Católica. Será que vale lembrar que por séculos esta mesma
Igreja foi radicalmente contra o desenvolvimento da Medicina?
Laboratórios estadunidenses e o governo guatemalteco se
uniram entre 1946 e 1948 e infectaram cerca de 1300 não-voluntários com sífilis
para testar a eficácia da penicilina. As cobaias sequer sabiam o que estava
acontecendo e muitas morreram como se suas vidas nada valessem.
Essa notícia não seria tão chocante se as vítimas, ao
invés de animais, não tivessem sido pessoas.
Sim. O governo da Guatemala nos anos 40 infectou
involuntariamente mais de mil cidadãos pobres com doenças sexualmente
transmissíveis sem qualquer satisfação simplesmente para se assegurar da
eficácia de um remédio. Isso se chama Vivissecção Humana.
Então, fica a pergunta: nós somos mais importantes do que
os animais só porque fazemos parte da espécie dominante do planeta?
Se a sua resposta for ‘sim’, é uma pena: isso o torna
exatamente igual aos cristãos que chacinavam povos com outras fés, exploradores
europeus que dizimaram os índios nas Américas, mercadores de escravos que
extirpavam a liberdade de outro ser humano só por uma diferença na cor da pele
e fanáticos nazistas que vomitavam suas ideologias de pureza étnica.
O mundo já foi um lugar pior. No passado, sequer
respeitávamos nossa própria raça: a raça humana. Mas hoje as coisas estão
mudando e, em grande parte, é por pessoas como algumas das que estão nas fotos
da galeria logo abaixo.
É com muito prazer que o BLUMENEWS os felicita por tudo.
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