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terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

A importância do decoro ao se discutir política



É de se esperar que as pessoas – vivendo em uma civilização – se portem de maneira, pelo menos, civilizada. Infelizmente, quando o assunto é política, o que vemos é o oposto.

Na noite dessa segunda-feira (20/02) um dos mais atuantes membros da Marcha contra a Corrupção de Blumenau postou um comentário em um dos muitos fóruns acerca do assunto que existem pela internet no qual aponta um Projeto de Lei de um vereador blumenauense como eleitoreiro e chama a atenção das pessoas para tomarem cuidado com isso.

Aqui, nesse espaço, não há razões para citar o nome do denunciante ou mesmo o do vereador. Pelo mesmo motivo não citarei o Projeto de Lei, afinal, com isso ficaria fácil identificá-lo e tirar conclusões precipitadas de ambos os lados.

Apenas saliento que o projeto tem, sim, fundamento e visa devolver a uma classe um direito que foi derrubado por uma Lei Federal. Por outro lado, também há o costume parlamentar de mostrar serviço em ano de eleição, principalmente quando se almejam cargos maiores. Não afirmo aqui que qualquer um dos dois envolvidos seja exemplo disso.

Esse texto tem outro foco: a civilidade.

Foram quase 140 comentários em resposta ao que o rapaz escreveu e poucos deles – quase nenhum – se ateve ao perigo do oportunismo eleitoreiro. A maioria era de defesa partidária ou de agressões pessoais contra membros do fórum.

E tudo começou quando um menor, M.T.D. (17 anos) – assumidamente subalterno do vereador em questão – entrou no debate acusando arbitrariamente o autor da postagem de escrever a denúncia por ter interesse em se candidatar a vereador. Se ele vai? Não sei. Mas o problema apenas começou aí e conforme a noite avançava foi piorando.

Com um discurso partidário decorado o rapaz começou a fazer propaganda política – aliás, fora de época eleitoral permitida, o que pode gerar problemas para o seu próprio candidato no TRE –  e ofendeu um dos melhores fotógrafos da cidade, um membro respeitado da sociedade blumenauense e uma das maiores ativistas contra a corrupção que temos.

Se o fez por militância fanática, por ser inadvertidamente massa de manobra política ou se está sendo pago para isso, não importa: fez errado. Não é com ataques pessoais que se defende uma ideia. Não é num espaço contra corrupção que se faz propaganda política.

Esses espaços podem – e devem – ser usados para enunciar ações parlamentares suspeitas. E os políticos, como foi citado nos próprios comentários da postagem, estão convidados para ingressar no grupo e se defender daquilo que são acusados. Na verdade o povo até espera que façam isso. Mas não da forma que foi feito: por terceiros e com ataques pessoais.

Eu, particularmente, já publiquei críticas duras tanto contra a bancada governista quanto contra a oposição. Mas é necessário sempre se ter embasamento para isso.

Cito o exemplo do Consórcio SIGA. É asqueroso o que fazem em nossa cidade e em cada deslize deles, espero estar lá para registrar. Não conheço a pessoa do Humberto Sackl – presidente da ‘empresa’, portanto não posso – e nem vou – fazer críticas em relação a pessoa dele, que talvez seja alguém excelente, inclusive. Mas posso – e vou – criticar as atitudes que sua autarquia tem e as posturas que ele demonstra em público, ignorando o povo que serve.

Isso é crítica: jamais pessoal, sempre baseada em um fato e apenas no fato.

Caso contrário, como já foi anteriormente citado, cai no Complexo do Revolucionário Cego: aquele que não tem argumentos, mas refuta violentamente qualquer ideia que divirja da sua sem sequer considerar sua plausibilidade.

Isso, ademais, é o argumento do vigarista: atacar a pessoa de quem partiu a ideia ao invés de questionar a ideia a confrontando com fatos divergentes.

Vamos discutir política? Vamos. Mas com menos politicagem e mais civilidade.

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