Dizem que um povo sem História é um povo sem memória.
Nesse sentido, a administração pública de Blumenau
esboçou primeiros esforços importantes para que o nosso Patrimônio Histórico
não caísse no esquecimento, como, por exemplo, as placas na frente de
construções antigas contando o que foram. Mas é só isso?
O Centro Histórico de uma cidade é – ou, em tese, deveria
ser – a preservação de sua primeira conurbação . Mas não é o que vemos
aqui em Blumenau.
Com as exceções da Biblioteca Municipal, do Museu da
Família Colonial, do Museu de Hábitos e Costumes, da Igreja Luterana do
Espírito Santo e de uma casa recém-reformada na esquina com a Rua Itajaí, nada
mais se manteve do original.
Belas construções como o prédio da CELESC, o complexo onde ficam tanto a Expresso Blumenau quanto o Museu da Cerveja, a Fundação Cultural de Blumenau – antiga prefeitura – um prédio onde funcionam consultórios médicos e uma loja de móveis pra escritório ainda tentam manter um nível visualmente agradável à região, mesmo não sendo parte original do primeiro centro da cidade.
Belas construções como o prédio da CELESC, o complexo onde ficam tanto a Expresso Blumenau quanto o Museu da Cerveja, a Fundação Cultural de Blumenau – antiga prefeitura – um prédio onde funcionam consultórios médicos e uma loja de móveis pra escritório ainda tentam manter um nível visualmente agradável à região, mesmo não sendo parte original do primeiro centro da cidade.
Mas tirando o que foi citado acima, todo o resto é menos
do que nada.
Um belíssimo casarão azul deteriora abandonado, a feia
estrutura de um edifício já condenado há décadas insiste em poluir a beleza da
região por causa de uma briga judicial, um prédio que já pertenceu a uma escola
de informática segue em reforma depois de muito tempo de negligência, outro prédio
permanece vítima da ação do tempo esperando novos inquilinos e esses são os
exemplos onde ainda restam esperanças de salvação.
Do lado esquerdo daquela que é popularmente conhecida
como Rua das Palmeiras temos estacionamentos, lojas de carro, terrenos baldios
e uma rua em fase final de construção que parece nunca ficar pronta e que ainda
ontem (29/02) estava com problemas de encanamento.
Do lado direto temos mais estacionamentos, um terreno da
prefeitura que serve como garagem para os carros alegóricos da Oktoberfest
ficando abandonado nos outros meses do ano, uma antiga igreja pentecostal que
hoje é um notório ponto de encontro de drogados juntamente com suas lojas
vizinha – também abandonadas. Além disso, há um bar que nem ao menos poderia
estar funcionando (que já foi um prostíbulo e já teve problemas com a
Vigilância Sanitária diversas vezes) e uma ‘igreja’ evangélica que no passado
fora uma danceteria frequentada pelos tipos mais vis de pessoas.
O que deveria ser um Centro Histórico e está localizado
em uma das melhores regiões da cidade é hoje uma área decadente e
constantemente evitada ao anoitecer.
Ao andarmos por essa região não é tão comum notarmos a
presença de blumenauenses usufruindo de bens públicos ou mesmo turistas tirando
fotografias de coisas típicas de nossa cidade. É mais com, na verdade,
encontrarmos prostitutas e travestis. E nem precisa anoitecer.
Claro que há um plano para que os terrenos baldios – que já
foram o glorioso Estádio do Blumenau Esporte Clube (BEC) – não continuem assim
por muito tempo. Já dividiram o local com uma nova rua de eficácia duvidosa e
agora há projetos de construir prédios e centros comerciais em torno desta.
Isso afastará a aura de decadência da rua, trará ao menos um pouco mais de iluminação,
segurança e talvez até atraia as pessoas certas de volta.
Mas uma pergunta ainda fica: o que restará de realmente
Histórico nesse novo Centro?
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