Na tarde desta quinta-feira (08/03) sindicatos, grupos
sociais e pessoas físicas se reuniram na frente da escadaria da Catedral São
Paulo Apóstolo para comemorar o Dia Internacional da Mulher.
A data tem forte vínculo com a luta das trabalhadoras do
início do século XX por condições mais dignas e ambientes salubres de trabalho,
o que não havia na época.
No período entre a Segunda Revolução Industrial e a
Primeira Guerra Mundial o trabalho era muito duro nas fábricas: a maioria das
mulheres era composta por imigrantes que trabalhavam como costureiras em
ambientes precários, 14 horas por dia, até sete dias por semana e ganhando
apenas U$ 40,00 por mês. Não era raro essas funcionárias acabarem dando a luz
no chão das indústrias onde trabalhavam.
No começo do século muitas mulheres já protestavam por
dignidade no trabalho e por isso o Dia da Mulher foi celebrado pela primeira
vez em 1909, na cidade de Nova Iorque.
Contudo, quando um incêndio matou 146 costureiras (91
morreram queimadas e 54 se atiraram dos últimos andares do edifício onde ficava
a empresa têxtil nova-iorquina Triangle Shirtwaist), em 25 de Março de 1911,
ficou ainda mais evidente a importância na luta por condições decentes de
trabalho.
Em 1915, enquanto a socialista alemã Clara Zetkin debatia os direitos
das mulheres, a revolucionária russa Alexandra Kollontai organizava um protesto
em Oslo contra a Primeira Guerra Mundial.
Inspiradas por ela, operárias russas marcharam no dia 8
de Março de 1917 em greve contra a fome, contra o czar Nicolau II e contra a
participação da Rússia na Guerra Mundial. Essa ação feminina – inicialmente despretensiosa – acabou sendo o estopim que fez com que culminasse a Revolução Russa,
que derrubou Nicolau e mais tarde criaria a União Soviética.
Durante as décadas de 40 e 50 a celebração do Dia das
Mulheres era apoiada por muitos países comunistas, que acabavam o usando
apenas como propaganda do Partido, sem necessariamente levar em consideração as
justas reivindicações feitas por suas protestantes.
Na década de 60 o movimento feminista reergueu o Dia das
Mulheres no Ocidente e, em Dezembro de 1977, o dia 8 de Março foi oficialmente
adotado pela ONU para marcar a data.
O que é belo no evento ocorrido no centro de Blumenau é
justamente o fato de que as flores – usadas de forma banal para agradar os
brios femininos – foram substituídas por folders explicando seus direitos,
depoimentos contando a dificuldade que as mulheres encontram ainda hoje e
trabalhos – como o da acadêmica Keyth de Moraes – mostrando casos de violência
doméstica.
Mas tudo isso ainda é apenas a ponta do iceberg.
O fato é que não podemos admitir que em pleno século XXI uma pessoa capacitada e competente ganhe menos em seu trabalho simplesmente por ser mulher.
O fato é que não podemos admitir que em pleno século XXI uma pessoa capacitada e competente ganhe menos em seu trabalho simplesmente por ser mulher.
Não se pode tolerar que elas – que podem ser nossas avós,
mães, irmãs, esposas ou amigas – tenham que suportar situações desagradáveis no
trabalho por medo de perder o emprego ou que agüentem humilhação doméstica por
não ter para onde fugir.
Não podemos ser coniventes com o fato de que um sujeito
que espanca e abusa da própria esposa seja condenado pela Justiça apenas a
pagar uma cesta básica.
Estamos em um novo século – um ‘admirável mundo novo’ –
sem lugar para preconceitos e pensamentos misóginos. Sem tolerância para a
injustiça entre os gêneros. Todos têm seu lugar na sociedade e isso deve ser
respeitado e ter a sua devida importância reconhecida.
Homens que ainda julgam mulheres como o sexo frágil
certamente omitem um grande receio de ser superados e provavelmente nunca
levaram um chute nos testículos – esses, sim, os exemplos anatômicos do que é
realmente um ‘sexo frágil’ – mas muitas mulheres, em contrapartida, criticam
os homens e acabam agindo a mesma forma que eles.
Não é brutalizando a forma de ser ou banalizando o sexo
que se há de chegar ao equilíbrio entre os gêneros.
Assim como não é usando o corpo e exibindo os dotes que
se consegue respeito, muito pelo contrário: esse é o primeiro passo para a
perda dele. Como diria a letra de uma canção, “mulher não é melancia, mulher não é samambaia, mulher não é um vegetal
de saia”.
A luta pelo direito das mulheres é justa e merece todo o
respeito, contudo é importante que todas as mulheres também saibam se dar esse
respeito.
A Equipe do BLUMENEWS parabeniza efusivamente todas os
organizadoras e organizadores do Dia Internacional das Mulheres e se dispõe a
ser o auxílio de qualquer mulher que factualmente precise de ajuda e não a
encontre nos rigores da Lei.
Que todos os nossos dias – e não apenas 8 de Março –
sejam dedicados às mulheres de nossas vidas.
Eu, particularmente, dedico os meus à minha noiva Fernanda Zunino e à minha avó já falecida Lídia Yvone Latorre. E você? A quem dedica os seus?
Eu, particularmente, dedico os meus à minha noiva Fernanda Zunino e à minha avó já falecida Lídia Yvone Latorre. E você? A quem dedica os seus?
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