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sexta-feira, 9 de março de 2012

Dia Internacional da Mulher



Na tarde desta quinta-feira (08/03) sindicatos, grupos sociais e pessoas físicas se reuniram na frente da escadaria da Catedral São Paulo Apóstolo para comemorar o Dia Internacional da Mulher.

A data tem forte vínculo com a luta das trabalhadoras do início do século XX por condições mais dignas e ambientes salubres de trabalho, o que não havia na época.

No período entre a Segunda Revolução Industrial e a Primeira Guerra Mundial o trabalho era muito duro nas fábricas: a maioria das mulheres era composta por imigrantes que trabalhavam como costureiras em ambientes precários, 14 horas por dia, até sete dias por semana e ganhando apenas U$ 40,00 por mês. Não era raro essas funcionárias acabarem dando a luz no chão das indústrias onde trabalhavam.

No começo do século muitas mulheres já protestavam por dignidade no trabalho e por isso o Dia da Mulher foi celebrado pela primeira vez em 1909, na cidade de Nova Iorque.

Contudo, quando um incêndio matou 146 costureiras (91 morreram queimadas e 54 se atiraram dos últimos andares do edifício onde ficava a empresa têxtil nova-iorquina Triangle Shirtwaist), em 25 de Março de 1911, ficou ainda mais evidente a importância na luta por condições decentes de trabalho.

Em 1915, enquanto a socialista alemã Clara Zetkin debatia os direitos das mulheres, a revolucionária russa Alexandra Kollontai organizava um protesto em Oslo contra a Primeira Guerra Mundial.

Inspiradas por ela, operárias russas marcharam no dia 8 de Março de 1917 em greve contra a fome, contra o czar Nicolau II e contra a participação da Rússia na Guerra Mundial. Essa ação feminina – inicialmente despretensiosa – acabou sendo o estopim que fez com que culminasse a Revolução Russa, que derrubou Nicolau e mais tarde criaria a União Soviética.

Durante as décadas de 40 e 50 a celebração do Dia das Mulheres era apoiada por muitos países comunistas, que acabavam o usando apenas como propaganda do Partido, sem necessariamente levar em consideração as justas reivindicações feitas por suas protestantes.

Na década de 60 o movimento feminista reergueu o Dia das Mulheres no Ocidente e, em Dezembro de 1977, o dia 8 de Março foi oficialmente adotado pela ONU para marcar a data.

O que é belo no evento ocorrido no centro de Blumenau é justamente o fato de que as flores – usadas de forma banal para agradar os brios femininos – foram substituídas por folders explicando seus direitos, depoimentos contando a dificuldade que as mulheres encontram ainda hoje e trabalhos – como o da acadêmica Keyth de Moraes – mostrando casos de violência doméstica.

Mas tudo isso ainda é apenas a ponta do iceberg.

O fato é que não podemos admitir que em pleno século XXI uma pessoa capacitada e competente ganhe menos em seu trabalho simplesmente por ser mulher.

Não se pode tolerar que elas – que podem ser nossas avós, mães, irmãs, esposas ou amigas – tenham que suportar situações desagradáveis no trabalho por medo de perder o emprego ou que agüentem humilhação doméstica por não ter para onde fugir.

Não podemos ser coniventes com o fato de que um sujeito que espanca e abusa da própria esposa seja condenado pela Justiça apenas a pagar uma cesta básica.

Estamos em um novo século – um ‘admirável mundo novo’ – sem lugar para preconceitos e pensamentos misóginos. Sem tolerância para a injustiça entre os gêneros. Todos têm seu lugar na sociedade e isso deve ser respeitado e ter a sua devida importância reconhecida.

Homens que ainda julgam mulheres como o sexo frágil certamente omitem um grande receio de ser superados e provavelmente nunca levaram um chute nos testículos – esses, sim, os exemplos anatômicos do que é realmente um ‘sexo frágil’ – mas muitas mulheres, em contrapartida, criticam os homens e acabam agindo a mesma forma que eles.

Não é brutalizando a forma de ser ou banalizando o sexo que se há de chegar ao equilíbrio entre os gêneros.

Assim como não é usando o corpo e exibindo os dotes que se consegue respeito, muito pelo contrário: esse é o primeiro passo para a perda dele. Como diria a letra de uma canção, “mulher não é melancia, mulher não é samambaia, mulher não é um vegetal de saia”.

A luta pelo direito das mulheres é justa e merece todo o respeito, contudo é importante que todas as mulheres também saibam se dar esse respeito.

A Equipe do BLUMENEWS parabeniza efusivamente todas os organizadoras e organizadores do Dia Internacional das Mulheres e se dispõe a ser o auxílio de qualquer mulher que factualmente precise de ajuda e não a encontre nos rigores da Lei.

Que todos os nossos dias – e não apenas 8 de Março – sejam dedicados às mulheres de nossas vidas.

Eu, particularmente, dedico os meus à minha noiva Fernanda Zunino e à minha avó já falecida Lídia Yvone Latorre. E você? A quem dedica os seus?










































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