Pas de Bourrée,
elancé, glissade, cambré, fouetté, deboulés, temps de flèche,
jetés, por de bras e tutu podem
parecer termos incomuns para a maioria dos leitores, mas os profissionais de
ballet estão mais do que acostumados a ouvi-los em sua rotina de treinos e
ensaios.
Ser bailarina é um sonho comum entre a maioria das
meninas que, hoje, só pode ser equiparado ao sonho de virar modelo.
Mas o ballet – que teve seus primórdios na Itália da
Renascença, seu desenvolvimento na corte do rei francês Luís XIV e foi
aperfeiçoado por Jean-Georges Noverre no século XVIII – atravessa os séculos
encantando milhões de pessoas com seus movimentos sutis e graciosos, frutos de
muito tempo de dedicação integral e um condicionamento rígido.
No Brasil o interesse por essa belíssima forma de arte
vem desde 1813 em um espetáculo dirigido por Lacombe e desde então tem se
espalhado vertiginosamente e apaixonado cada vez mais pessoas, culminando em
brasileiros que fizeram grande sucesso no exterior.
Ana Botafogo é o mais verdadeiro exemplo de quão
bem-sucedidos profissionais do ballet brasileiro podem se tornar, sendo hoje parte
da história da dança no país ao lado de nomes como Heitor Villa-Lobos (compositor
de partituras para importantes espetáculos) e Roberto Burle Marx (paisagista,
figurinista e cenarista). Até mesmo Vinicius de Moraes tem relevância para o
Ballet nacional, pelo seu libreto ‘Morte de um Pássaro’, cujo espetáculo
coreográfico contou com música de Villa-Lobos e cenários de Di Cavalcanti.
Um exemplo da importância do Brasil no ballet mundial é a
Escola do Teatro Bolshoi que foi inaugurada na cidade de Joinville em 2000 e é
a única extensão do cultuado Teatro Bolshoi de Moscou fora da Rússia, contando
com 244 alunos (98% bolsistas) só no ano de 2010.
Mas não é necessário ir até Joinville para encontrar
ballet de qualidade.
A professora Rita Albuquerque – uma das bailarinas mais
conceituadas de Santa Catarina – tem feito um trabalho primoroso aqui mesmo, em
Blumenau.
A maior prova disso é que entre os dias 5 e 10 de Março, sua
escola recebe o mestre bailarino carioca Sérgio Marshall para um curso de
ballet e montagem de coreografia, que resultará no espetáculo ‘Chopin’,
estruturado sobre uma obra do compositor polaco Frédéric Chopin ( 1810 – 1849).
Sérgio é bailarino solista, mestre, ensaiador e diretor
artístico do ballet do Teatro Municipal do Rio de Janeiro – além de já ter dado
aulas nas maiores companhias do Brasil (como a Companhia Jovem de Ballet do
Bolshoi de Joinville) e participado de milhares de peças (cerca de 100 por ano)
em toda a sua carreira, chegando inclusive a dirigir a lendária Ana Botafogo.
Um mestre do balé neoclássico (que se diferencia do
clássico por utilizar passos mais contemporâneos na montagem de suas
coreografias e tem como um dos principais expoentes o coreógrafo sueco Mats Ek),
Sérgio esbanja conhecimento e simpatia.
Nessa quinta-feira (08/03) a Equipe do BLUMENEWS teve a
oportunidade de conversar com ele, em um bate-papo elucidativo e muito
descontraído.
E para quem é entusiasta dessa fantástica forma de arte,
o mestre Sérgio Marshall não é a única oportunidade que a professora Rita Albuquerque
trará aos seus alunos esse ano: em Maio sua escola receberá o grande mestre
Jair Moraes, estrela internacional do ballet tupiniquim.
Como visto, não é preciso ir até Joinville para ter
ballet de qualidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário