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quarta-feira, 7 de março de 2012

Crucifixos em prédio público ameaçam o Estado Laico?



Nesta terça-feira (06/03) a Justiça gaúcha resolveu acatar o pedido da ONG Liga Brasileira de Lésbicas e ordenou que fossem retirados crucifixos e demais símbolos religiosos das repartições públicas de todo o Rio Grande do Sul.

Em 2011 o Tribunal de Justiça negou o mesmo pedido que a mesma ONG havia feito à Câmara Municipal de Porto Alegre.

Segundo a compreensão do Tribunal neste novo caso – que motivou, inclusive, um processo administrativo – objetos de conotação religiosa em instituições públicas podem ferir os princípios constitucionais de um Estado Laico (sem influência da Igreja).

Para o relator do caso, o desembargador Cláudio Baldino Maciel, um julgamento feito em um local que ostente símbolos religiosos é uma forma explícita de demonstrar que aqueles que julgam não estão desagregados de valores dogmáticos que podem estar em conflito, o que ocasionalmente, colocaria grupos de minoria em uma posição desleal e desconfortável.

Essa é uma polêmica que não é recente e tampouco restrita ao Brasil.

Nos Estados Unidos é proibido por lei qualquer símbolo relacionado a qualquer tipo de religião estar presente em órgãos do governo, como escolas públicas.

Em 2009 a Comissão Européia condenou a Itália justamente por manter símbolos religiosos em salas de aula, em um processo que foi longo, polêmico, desgastante e até hoje ainda mantém efeitos colaterais tanto entre os lados favoráveis, quanto os contrários.

Entretanto, ainda naquele ano, a Justiça de São Paulo negou em primeira instância o pedido do Ministério Público para que crucifixos fossem retirados de prédios federais. A juíza responsável pela negação afirmou, na época, que a exibição de tais ornamentos – independente de onde – era natural em um país como o nosso, de formação histórico-cultural cristã.

Agora, vendo argumentos de ambos os lados, fica a questão: quem está certo?

Abaixo, uma fotografia mais próxima do crucifixo que podemos encontrar aqui mesmo – na Câmara de Vereadores de Blumenau – e a sugestão: pensem nisso.

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