Na quinta-feira da semana passada (23/02) o governador
Raimundo Colombo esteve em Blumenau para ‘conhecer’ o Plano contra Cheias.
Historicamente esse tem sido o maior problema de nossa
região e uma medida imediata – cada vez mais urgente – se faz de absoluta
necessidade. Eis então que veio o governador assinar a ordem para que se
comecem as obras, quatro anos após nossa pior catástrofe.
Seria fora de contexto aprofundar aqui o decepcionante
desvio de efetivo policial blumenauense para o litoral no começo do ano, o
déficit na Saúde Pública e a postura antiética (além de antidemocrática e, talvez
até, antinacional) que a administração política estadual tem tido com escolas
públicas de comunidades carentes em Florianópolis. Mas ainda assim, é imprescindível
citar, em respeito àqueles que desconhecem tais fatos.
Mas, ao menos, o governador esteve aqui – no Teatro
Carlos Gomes – para assinar o edital para a aquisição de radares meteorológicos
para nossa cidade, que poderão avisar a população com certa antecedência sobre
temporais e assim evitar grandes desastres.
Além disso, faz parte do Plano contra Cheias um sistema
de monitoramento, alerta e alarme, sobrelevações de barragens, construção de
comportas, diques, prevenção de deslizamentos rodoviários, edificação de sete
barragens de pequeno porte e uma de médio porte. Todos esses projetos, orçados
em R$ 512 milhões e com o prazo de 42 meses para o término, são de importância
fundamental para a segurança dos blumenauenses. Contudo, algo me incomoda.
Diversas autoridades políticas de nossa cidade – entre a
bancada governista e a oposição – estiveram presentes durante a solenidade.
Nossos políticos estão dispostos a gastar mais de
quinhentos milhões de reais em obras faraônicas cujo destino do dinheiro pode
ser facilmente desviado, mas não demonstram nenhuma preocupação em gastar
alguns milhares de reais para consertar as réguas de medição do rio.
A Defesa Civil tem uma enorme dificuldade em atualizar os
níveis de medição do rio simplesmente porque as réguas foram lesionadas em
Setembro e ainda estão assim.
Aliás: muito se fala em revitalização da Margem Esquerda
do Rio Itajaí-Açu. O que soa estranho, considerando que a Margem Direita
desabou há exatos seis meses em pleno centro da cidade e jaz – há meio ano em
ruínas – sem que ninguém diga nada.
Lamentável.
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